google-site-verification=3cwbLnIYiMtAvn1eBc0th4vApL5LEIZZoGBNvMGwjVU PHFIC - Capítulo V I – Pratissúria

PHFIC - Capítulo V I – Pratissúria

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Sarah já instalada e sem despertar suspeitas começa preparando todo o ritual para Pratissuria, como seria no rito antigo, não teria ninguém mais qualificada para aquele sacrifício, ela teve muito tempo para analisar o perfil de suas potenciais vitimas, nenhuma dúvida poderia ser aventada. Aquela noite seria excelente, o clima nublado, com risco de tempestade e com relâmpagos, proporcionava o ambiente perfeito, muitas vezes ela lembrava de sua iniciação no ritual antigo e como Mestre Leonardo lhe ensinou a fazer o sacrifício a Pratissuria.

Em Gorki a agitação era imensa, pois Erica e Nympha saíram para fora do castelo para colher algumas flores e ainda não haviam voltado, com a tempestade ela corriam o risco de se perderam ou voltarem muito molhadas. Descargas atmosféricas intensas e com ruídos do trovões perto, Paulo e Eric saíram correndo atrás de suas filhas, muito vento e uma chuva copiosa acabaram por atrapalharem suas buscas.

Sem desistir e seguindo em frente vasculharam inúmeros lugares possíveis de as encontrarem, com a chuva cada vez mais intensa, a visibilidade ficou impossível, tiveram a contragosto voltar para Gorki.

Enquanto na cripta de Montgnac, Sarah preparava a vitima para o ritual.

Trovões, Raios e Chuva cessaram com os primeiros raios da alvorada, o estrago mais uma vez foi grande, o vale inundado, arvores no chão, porém nada disso impediu que as buscas as meninas seguissem o seu rumo.

Os dias andaram céleres e nenhuma noticia sobre o paradeiro, o desespero intenso e com as mães em prantos, o clima tenso seguiu-se a rumores vindos da vila que o castelo de Komedhor estava com muita movimentação. Uma guarnição reforçada por Paulo e Eric tentou invadir o castelo, mas ao chegar lá, nada encontrou. Eram apenas instalações antigas, desgastadas pelo tempo, com excesso de poeira, janelas e portas caídas indicavam que ali não era habitado há muito tempo. Padre Timon tentou entrar na sala e uma força invisível o jogou longe, deixando-o inconsciente, ao ver as cenas, muitos cavalheiros com espadas em punho tentaram acudir o padre e ir atrás dos supostos agressores do religioso. Portas e Janelas fecharam-se, tochas incendiaram, gargalhadas ecoavam por todos os corredores, apenas um caminho iluminado por tochas indicava uma possível saída, os homens em fila indiana seguiram a luz, eram seguido de estranhos ruídos e sensação de estarem sendo observados. Caminhavam lentamente, observando a cada momento o ambiente, brasões e armaduras se mostravam palidamente, mas com aquela luminosidade pareciam assustadores. Eric e Paulo amparavam o religioso, carregando-o nos ombros, com dificuldade para respirarem os homens seguiram a trilha das tochas, os homens entreolhavam-se na penumbra, o interior cada vez mais tétrico, mais assustador os engolia com a falta de melhor oxigenação, os lances a frente mostravam uma escalada e o cansaço cada vez os dominava mais. Finalmente após um ingreme subida, uma abertura os levava para um campo aberto, mas ao chegarem lá uma tétrica paisagem os aguardava: uma forca com um homem pendulando.

Padre Timon foi o primeiro a ver a imagem, ato instintivo levantou o crucifixo em direção, como se um raio o tivesse atingido, o religioso caiu pesadamente no solo junto com a mão chamuscada, e também a distância foi jogado o objeto sagrado. Com muita dificuldade tentou pegar na sua bolsa a garrafa com água benta, mas acabou desfalecendo.

Paulo imediatamente pegou o recepiente e colocou algumas gotas do liquido na mão dele, uma nuvem azul marinho saíram junto com um gemido de sofrimento, Eric tratou de derramar gotas também no crucifixo e uma fumaça negra densa os sufocou. Após uma hora, o religioso retomou a consciência e pode com ajuda levantar-se, a imagem havia sumido, mas lamentos e súplicas os aterrorizaram pois as dores e suplícios eram relatados a toda hora: Salvem nossas almas, precisamos descansar, queremos luz. Passos hesitantes, medo, pavor, pânico dominavam os bravos cavaleiros que bateram em retirada, cada um para um lado, sem rumo e sem direção acabaram caindo em várias armadilhas ao longo do caminho. Alguns supliciados imploravam pelas suas vidas, após terem sidos feridos pelas armadilhas, apenas Paulo, Eric e o Padre Timon atrás, olhavam para aquele espetáculo tétricos, pouco puderam fazer já que também correriam risco de morte caso penetrassem na área das armadilhas, contornaram os espaços e com cuidado chegaram a uma área plana ao lado castelo, testando seu caminho para verificar eventuais novos embustes, eles conseguiram sair das dependências do terrível lugar.

Nos pisos inferiores, Juliana Marotti estava no calabouço, mais uma vez agredindo o seu prisioneiro e visualizando as novas “hóspedes” Nympha e Erica. Ela acariciava o corpo das meninas e ao perceber a excitação do preso, ela descarrega-lhe uma série de golpes na área genital, o gemido surdo era tudo o que ela queria ouvir.

- Porco!!! Elas não te pertencem, apenas vieram gratuitamente aqui, o nosso interesse é as irmãs delas. Ela agarrou firmemente o seu pescoço e escarrou na sua cara.

Quando ia subir de volta aos seus aposentos, duas mãos a seguraram pela cintura e um beijo no pescoço a excitaram.

- Meu amor! ela se vira rapidamente e Zatorsky a beija.

- Quanta diferença de quando eu era obrigada a tomar a poção em São Petrogrado, hoje eu sei que cada vez que o vejo, o meu coração fica aos pulos.

Os braços de Zatorsky percorrem o seu corpo rapidamente, porém uma presença os incomoda.

- O que foi Adriano? Fale sua praga!

- Mestre necessita falar com o doutor.

- Ele já vai, e agora suma da minha frente. Adriano sai da sala mancando.

- A próxima vez bata com menos força nele, a perna deve estar dolorida.

- Ele mereceu, veja só, demorou para me atender, e agora fica com aquele olhar de dor, da próxima vez bato na outra perna.

Um breve e intenso beijo marca a despedida do casal, Zatorsky se encontra com o Mestre na sala oval. Lá chegando lhe é mostrado um pergaminho com um hexagrama ao centro, após fazer várias considerações, ele fecha o pergaminho e fala em tom grave:

- Vá lá no calabouço, que as meninas já devem ter tomado a poção e você as devolverá com glórias para suas famílias, as nossas presas são outras, e seja eficiente na troca.

O retorno dos sobreviventes a Gorki não podia ser mais penoso: a pé, sob sol escaldante, caminhavam a esmo, sem direção certa, chegaram no crepúsculo, famintos, exauridos e psicologicamente afetados. Nenhum comentário pode ser feito a despeito da intensa curiosidade a respeito do estado em que se encontravam, mas apenas conseguiram acomodar para descansar o corpo e a alma.

A manhã já estava quase no fim quando Paulo e Eric levantaram e ai sim puderam narrar todos os acontecimentos ocorridos na véspera. A Condessa Cristina pareceu a ser a mais afetada com a narrativa, era a narração de seus piores pesadelos que a afetavam há muitos dias, mas estava ainda muito abalada com desaparecimento de Erica.

Juliana Fornazier, fortalecida em suas certezas a respeito do retorno de sua filha, ouvia os relatos, mas no fundo estava totalmente absorta em seus pensamentos e não ouvia nada dos relatos. Padre Timon em precária situação de saúde mantinha em seu leito na ala de hóspedes de Gorki.

Aquele dia passava-se lento e com muito terror tomando conta de todos até que um grito dos empregados os tirou do torpor. Um visitante inesperado se aproximava, quando se tornou totalmente visível notou-se a figura de Zatorsky abanando em uma carruagem, o cocheiro vinha em alta velocidade e parou diante do portão do castelo. Todos correram em direção a ela e foi fraqueado o acesso ao parte interna para a entrada do coche.

A melhor noticia era dos acompanhantes de Zatorsky: Nympha e Erica, amparadas por dois auxiliares, elas desembarcaram e abraçaram seus familiares. As dúvidas foram imensas e o inusitado de sua visita foi logo esclarecido: relatou que durante uma caçada, um dia depois da tempestade, ouviu alguns gemidos próximos e verificou que havia pessoas abaixo de alguns troncos de árvores. Eram Nympha e Erica, como estava sozinho tentou remover as toras, mas percebeu que não conseguiria, solicitou ajuda a alguns aldeões e assim teve êxito, após o resgate notou a gravidade dos ferimentos e os tratou antes de fazer o caminho de volta a Gorki.

Intensas conversas a respeito daquele fato e do inesperado retorno das meninas tomaram o resto do dia e o convite para Zatorksy pernoitar no castelo, a alegria parecia vencer as tristezas dos últimos dias e novo clima de confiança reinava em seus habitantes.

- Tudo como planejado! Pensava Zatorsky coçava o queixo e aguardava a madrugada para agir em conjunto com Sarah.

Na hora combinada Zatorsky levantou de seu leito e falando algumas palavras incompreensíveis se postou em frente a um pequeno tripé e derramou algumas gotas de um liquido âmbar em um pequeno recipiente, após colocou um pó cinza sobre ele, aos poucos uma densa nuvem materializou a figura de Sarah.

O espectro de Sarah se dirige até os quartos de Fabiana e Carol e lhes sopra um pó cor de rubi sobre os cabelos, volta até ao tripé no quarto de Zatorksy e desaparece.

O Sol ilumina todas as dependências do castelo e um clima de paz e harmonia renova os ânimos de todas as pessoas, todos acordam bem dispostos e pronto para mais um dia em companhia de seus familiares e amigos, o clima de gratidão e de heroísmo de Zatorsky no resgate das meninas acaba por o tornar uma pessoa muito querida nas famílias La Fonte e Surotsev. Os dias corriam céleres e a recuperação das meninas e do religioso também estavam bem adiantadas, até o bispo Jacques Noir veio visitar os convalescentes, a única estranheza era o fato de as meninas não lembrarem-se do acidente e nem de fatos anteriores ou posteriores imediatos ao acontecimento.

Fabiana encantada com a corte de Zatorsky que a vinha visitar todos os dias que estava hospedado em Montgnac por convite do barão e todos os dias conversavam em uma aprazível vivenda nos jardins do castelo, em um cantinho isolado trocaram o primeiro beijo às escondidas e juras de amor.

Em Montgnac, Sarah cada vez magnetizava o barão com seus filtros e poções, tornando um escravo de sua vontade e fazendo que seus amigos pudessem entrar livremente no castelo e lá se hospedassem, as alterações não fizeram que o barão mudasse seu comportamento, já que seguiu nas suas atividades normais.

Ela fazia suas sessões de magia normalmente na cripta e com presença constante de Zatorsky e Juliana Marotti, mas naquela noite encontrava somente com o médico.

- Doutor, você está fazendo um excelente trabalho com a menina, logo estará sobre nosso comando, Sarah com olhar diabólico lhe captura o olhar ao mesmo tempo que o enlaça pela cintura.

- Tu achas mesmo? Tem sido tudo tão fácil, que tirar a inocência dela não será difícil.

- Mas o corpo dela é tão macio como o meu? Sarah pega a mão do doutor e o faz percorrer o seu corpo acaraciando.

- Digamos que é diferente, o teu corpo é tão cheio de volúpia e o dela tão cheio de incertezas.

- Sei, o corpo que preferes acariciar é da Juliana Marotti, Sarah se afasta e o olhar torna-se raivoso

- Não, estás falando besteiras! Eu não posso ter preferências, já há muito minha vontade não me pertence.

O rosto de Sarah se iluminou e com ironia lhe deu uma ordem:

- Então a minha vontade te diz que teu corpo me pertence e o puxando pela roupa lhe dá um beijo arrebatado e consuma seu desejo.

E sob a cripta dos Montgnac o ato se completa com uma revelação: Cleverson Morgan foi oferecido em sacrifício a Pratissuria, agora sim, Sarah estava vingada!

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