google-site-verification=3cwbLnIYiMtAvn1eBc0th4vApL5LEIZZoGBNvMGwjVU PHFIC - Capítulo V III – Casamento de Fabiana

PHFIC - Capítulo V III – Casamento de Fabiana

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Num dia encoberto de agosto, por essa estrada bem mantida e arborizada vinham duas carruagens. Na primeira, de tamanho menor e aberta, estavam sentados um homem e uma mulher que trajava um vestido azul-escuro e um chapéu da mesma cor. Essa tonalidade escura acentuava ainda mais a brancura ofuscante de sua tez e a excepcional cor pálida de seus cabelos loiros, que poderiam ser tomados por brancos, não fosse um leve matiz dourado que lhe conferia um toque especial. A segunda carruagem era uma espécie de um grande e amplo furgão, provido na dianteira de um assento baixo, no qual estavam acomodados um homem de meia-idade e uma camareira idosa, de pouca conversa.

Eles levavam consigo uma arrumadeira idosa, cegamente fiel de Fabiana. O casal estava calado, contemplando ora aquela paisagem tristonha, que se abria diante de seus olhos, ora a silhueta escura do castelo, que se desenhava em massa negra no fundo cinzento do firmamento. O tempo piorou. Do oceano assobiavam rajadas de vento; o horizonte cobriu-se de nuvens negras e o rugir da tempestade tornava-se cada vez mais audível.

— Pelo jeito nossa volta ao castelo vai nos recepcionar com um furacão não muito amigável - observou sorrindo Paulo.

— Oh! Já estaremos em casa quando a tempestade desabar, ainda que seja um espetáculo grandioso - observou Juliana Fornazier.

Entrementes, a carruagem, atrelada a cavalos de puro sangue, percorreu rapidamente a distância que os separava do castelo, atravessou a ponte levadiça, passou por baixo dos portões abobadados e parou junto à entrada, coberta por lajes de pedra. Na ampla e escura ante-sala, eles foram recepcionados por administradores: um velho calvo de barba prateada, uma governanta idosa e alguns criados de rostos enrugados e carrancudos : A condessa Cristina em suas crises nervosas gritou algumas palavras desconexas e foi levada para seu quarto e o conde Eric está tentando acalmar-la. A noticia da possível perda de Gorki estava fazendo muito mal para sua saúde mental, decidida a resolver a situação, Padre Timon é chamado para atender o caso. Toda a alegria que o casal Surotsev trouxe após as compras na cidade para o casamento de Fabiana se esvaíram e também as tratativas de Zatorsky com o bispo Jacques Noir para oficiar a cerimônia se diluíram na tensão da crise da condessa.

Na alvorada vemos o Padre Timon surgindo pelas estradas de Gorki atendendo as súplicas de Cristina e chegando para atender-la, os portões se abriram. Um velho criado correu ao encontro do clérigo, ajudou-o a desmontar do cavalo e informou: "O conde está ausente, mas a condessa o aguarda Padre, e ordenou que conduzíssemos o senhor até ela".

No alto da escada, a própria condessa recebeu-o; Com amabilidade e respeito perguntou sobre sua saúde.

- Sinto-me bem, graças a Deus; mas, mesmo assim, vou pedir-lhe pousada por alguns dias.

Depois da viagem a cavalo, a ferida da época da invasão ao castelo de de Komedhor passou a me incomodar e gostaria de descansar.

Uma hora depois, reforçado por um desjejum, o padre estava sentado a sós com a dona da casa, em seu quarto, longe de ouvidos indiscretos.

Com indisfarçada impaciência, ela não tirava os olhos do convidado, finalmente, ela não agüentou e, inclinando-se para o prelado, falou baixinho para o padre:


- Estou escutando vozes.

- Que vozes minha filha?

- Vozes dizendo que uma Tuzov já foi perdida e que preciso agir para que outros Tuzov não se percam. A condessa começou a respirar pesadamente, como se lhe faltasse o ar. Suas mãos tremiam tanto que o lenço com que ela rispidamente enxugava a testa quase escapou por entre os dedos, contendo com esforço o próprio nervosismo.

- Conte-me direito esta história, Padre Timon se ajeitou na cadeira e começou a ouvir os relatos de Cristina.

Ao sair do quarto e com ar circunspecto, o religioso recolheu-se ao aposento dos hóspedes. Ali ficou pensando nas vozes e na história da Tuzov perdida, quem poderia estar perdida? Haviam três Tuzov : Cristina, Carol e Érica. Pos-se a ler um livro e logo após adormeceu. Acordou-se somente quando foi chamado para o Jantar e com grande desconforto viu que o bispo Jacques Noir estava presente, mas não faria o pernoite ali e sim em Montgnac.

Cristina, na madrugada e em silêncio levantou-se e seguiu para onde as vozes a indicavam, sem conhecer direito o castelo ela foi seguindo com um archote iluminando o caminho, após alguns lances de escada ela viu um dispositivo escondido na parede, acionando-o com delicadeza a porta se abriu e uma escada em espiral a levou para o subsolo onde se localizava a cripta da família Tuzov.

Perto de uma coluna, ela esgueirou-se e chegou a um pequeno nicho onde tinha uma pequena manivela, girada ela descobriu uma pequena fenda na parede, era um molho de chaves, seguindo em frente a direita, uma enorme porta de ferro cobria a entrada, ela coloca uma das chaves e faz girar a fechadura, a porta abre-se e como por encanto a voz diz: minha querida, salvarei tua alma, vá , descanse e quando acordares não lembrarás de nada.

Cristina retornou a seu leito e pela primeira vez em muitos dias, acordou bem disposta e pronta para ajudar nos preparativos para o casamento de Fabiana, junto com Juliana Fornazier, olhou os tecidos, deu sua opinião, sugeriu uma costureira de confiança e procurou ajudar na decoração da capela de Montgnac, onde seria realizada a cerimônia.

Eric ,ao contrário da esposa, se mostrava mais preocupado com os dias que se passavam, ainda não dispunha do dinheiro suficiente para pagar sua divida, ainda dependia muito da colheita e da comercialização, aflito estava também com a falta de noticias sobre tio Louis, sendo que sua ultima carta havia sido antes da chegada da noticia da divida.

Paulo, pressionado pela procura da estátua de Kali, não conseguia dormir e muitas vezes ficava vagando pelo castelo, esperando identificar ou conseguir o paradeiro da obra de arte.

Carol atormentada pelos seus pesadelos, ficava cada vez mais calada e preocupada com sua sanidade mental, afinal o que queria dizer: Você é minha! Que as vozes insistiam em dizer? Viam imagens nos seus sonhos mostrando ela em um campo sendo perseguida por um homem a cavalo, sempre era golpeada na cabeça e acordava em uma sala decorada com muitas cores sombrias.

Erica e Nympha, alheios a este momento triste de Carol, procuravam auxiliar nos preparativos do casamento.

Em Komedhor a agitação não era menor, muito embora o sucesso parecia inevitável, os preparativos não menos intensos, Sarah, Juliana Marotti e Zatorsky estavam em um ritual inicial de evocação. Ela tirou de uma gaveta três cintos metálicos com sinais cabalísticos em relevo e uma corrente com estrela pentagonal vermelho.

— Agora vá até a cortina no fundo do quarto! Eu o seguirei.

Assim que ele se aproximou, a pesada cortina abriu-se como se levantada por mãos invisíveis, deixando antever uma passagem estreita em forma de ponte, através de um abismo negro que se estendia pelos lados. Sem olhar ao redor, Zatorsky atravessou o abismo.

Ergueu-se uma segunda cortina e ele entrou numa ampla sala, redonda como o laboratório, mas praticamente vazia. No centro, sobre o piso de pedra estava desenhado um círculo vermelho, em volta do qual havia quatro trempes com carvões que queimavam em chamas sombrias: roxas,verdes e vermelhas. Por causa do cheiro asfixiante que envolvia o recinto, a cabeça de Zatorsky ficou tonta.

Descalça como eles, vestida na mesma espécie de túnica, Sarah estava parada no fundo da sala junto a uma corda do sino que pendia do teto. Seus cabelos soltos, que caíam até os calcanhares, envolviam-na feito uma capa brilhante.

— Venha e fique no centro do círculo - ordenou ela.

Então Mestre Leonardo, erguendo a espada e acenando com ela para o norte, sul, leste e oeste, entoou um estranho canto, enquanto Sarah começou a bater pausadamente no sino. Os longos e plangentes sons encheram a atmosfera, acompanhando a voz de Mestre Leonardo. A sensação era que se batia num instrumento de vidro. Subitamente o canto e o som do sino interromperam-se.

Após um minuto de tumular silêncio, Mestre trovejou:

— Espíritos da natureza! Venham das profundezas da terra, da água, das alturas do éter e do fogo que a tudo atravessa! Servos do espaço, que movem as forças dos elementos, apareçam a nós!

Com o chamado, a sala encheu-se de barulho. O vento assobiava, a terra tremia e no ar ouviam-se estalidos. Parecia que uma multidão invisível se movia empurrando uns aos outros ao redor dos presentes. A seguir, as densas nuvens encheram a sala numa névoa que, ao se dissipar, logo tornou visível o estranho exército que se apinhava junto ao círculo, fitando em Zatorsky os olhares flamejantes. Eram seres cinzentos de contornos indefinidos, envoltos em véus esvoaçantes.

Aparentemente, eles tentavam traspassar a linha do círculo, mas o ar, de imediato, era recortado por raios e sobre Zatorsky surgia um triangulo roxo. As massas aéreas recuaram e se dividiram em quatro grupos em volta de cada trempe. Agora os seus contornos já eram mais nítidos e podiam ser distinguidas as estranhas e horripilantes formas daqueles seres espectrais. Eles eram vermelhos feito fogo e parecia serem fundidos de ferro em brasa; outros eram esverdeados como se feitos de espuma palustre estagnada.

A única coisa que tinham de humanos - eram os olhos fosforescentes. O terceiro grupo se destacava por suas formas estranhas e estava equipado de asas azuladas. Eles voejavam sem parar em torno da trempe de chama azul. Por fim, entre os rolos de fumaça negra, moviam-se os asquerosos e minúsculos seres com rostos sinistros cinza-terrosos.

Tremendo e suando em bicas, olhava Zatorsky para aquela horripilante turba,. como num sonho, ouvia ele o canto que se entoou no espaço, ora harmônico ora surdo, ora ríspido ora desafinado. Era uma mistura de queixumes, choros, gritos de alegria e ímpetos às trevas.

Então, pela segunda vez, soou a voz estentórea de Mestre Leonardo .

— Espíritos da natureza! Vocês procuram por um senhor, por um campo de trabalho! Ali está o seu novo senhor! Eu os uno a ele e vocês juram obedecer-lhe e ajudá-lo.

Um trovejar ensurdecedor do trovão sacudiu o castelo até as suas fundações. Raios brilhantes cintilaram por todos os lados, envolvendo por uns instantes Zatorskyi, como se por uma retícula ígnea. A terra parecia ter se desfeito, formando a seus pés um negro abismo insondável. No mesmo instante, do outro lado do abismo, desenhou-se um arco de pedra - uma monumental passagem para o ignoto mundo de além-túmulo, envolto em trevas.

Sarah e Mestre Leonardo agilmente se postaram junto do neófito, agarraram-no pelos braços e o empurraram para frente.

— Atravesse sem recuar os quatro portões do invisível ou será o seu fim! - gritaram eles energicamente.

Aflito, cerrando valorosamente os dentes, Zatorsky lançou-se para frente e atravessou o abismo. Ao passar a soleira do arco, ele se viu na mais completa escuridão. A terra estava escorregadia e parecia que a qualquer minuto poderia ruir sob os pés. Não obstante, ele avançava olhando para a vela que segurava nas mãos, empurrado por um forte vento que lhe soprava nas costas.

Após um minuto, que pareceu uma eternidade, no lusco-fusco desenhou-se um segundo arco, de forma diferente, que servia de entrada para um corredor estreito, praticamente escuro. Corajoso e resoluto, Zatorsky pôs os pés naquele passadouro e, imediatamente, de todos os lados, viu-se cercado por animais medonhos. Eram bichos rastejantes, morcegos e insetos venenosos que surgiam das trevas, mordendo-o e se agarrando a ele.

Renhido, quase fora de si, prosseguia Zatorsky o seu caminho pela terra deslizante, sem se dar conta do que estava pisando. Uma luz ofuscante que lhe bateu no rosto fez com que ele estacasse. O corredor dilatou-se subitamente e revelou uma nova porta, arremessando chamas como do interior de uma fornalha. Junto a ela estava sentado um animal fantástico com rosto humano, de tamanho gigantesco. Atrás das costas do monstro erigiam-se imensas asas, o seu olhar ameaçava de morte a qualquer um que se aproximasse.

Um suor gélido cobriu o rosto do jovem médico, mas em seus ouvidos soavam ainda as palavras de seus orientadores.

— Vá em frente sem recuar, senão será o seu fim!

E com coragem desesperadora ele lançou-se adiante. Pareceu a Zatorsky haver mergulhado numa corrente de fogo. Os olhos do terrificante ser, como ferro em brasa, penetravam-no, e ele, instintivamente, ergueu a mão com a vela. Para sua surpresa, notou que o monstro abaixou a cabeça e começou a andar à sua frente como se quisesse indicar o caminho.

Subitamente as chamas se extinguiram. Ante o olhar assustado de Zatorsky, estendia-se uma superfície de água. O vento uivava levantando gigantescas ondas revoltas, lançando no rosto do neófito e do monstro ígneo tufos espumosos das cristas de ondas.

Zatorsky pensou em parar, mas o ser olhou-o altivo e o médico, como se golpeado por esporas, jogou-se nas ondas. Por uns instantes, pensou estar se afogando num precipício sem fundo.

A água glacial cobriu-o impedindo-lhe a respiração; os ouvidos zumbiam, a cabeça girava, sua visão escureceu. Mas, subitamente, veio uma onda, levantou-o e trouxe-o para a superfície. Zatorsky olhou surpreso em volta. A água havia desaparecido; o uivo e o assobio do vento cessaram: em torno reinava um majestoso silêncio.

A paisagem alegre anuviou-se e mudou de aspecto. A terra verdejante avolumou-se e abriu embaixo de si um túmulo, iluminado por uma vaga meia-luz. No centro do túmulo, havia um sarcófago aberto, acima do qual cintilava uma estrela ofuscante; ao lado do túmulo de pedra estava o ser que fora o seu orientador. Ele segurava nas mãos um cálice negro.

— O que significa tudo isso? - perguntou-se mentalmente Zatorsky

— Isto significa o seguinte: eis o enigma que você deverá decifrar - respondeu o ser erguendo o cálice.

No mesmo instante tudo escureceu. Zatorskyi teve a sensação de estar voando dentro de um precipício, e perdeu os sentidos

Ao abrir os olhos, ele viu Sarah e Mestre Leonardo inclinados sobre ele.

Zatorsky passou a mão pela testa e tentou juntar as idéias. Parecia-lhe ter acordado de um pesadelo, cheio de visões medonhas.

Sobre seu peito agora pendia um medalhão com uma estrela vermelha de cinco pontas. Observou e viu o mesmo medalhão no peito de Sarah e Mestre Leonardo, no peito de Juliana Marotti pousava um triangulo , logo imaginou que diferenças tinha entre ela e ele, pensamento capturado por Sarah e respondido em sequencia: Juliana Marotti falhou, não haverá segunda chance. Sarah e o Mestre se retiraram para o salão oval, Zatorsky retirou para o quarto para o necessário descanso para o casamento. Tomada por uma ira oriunda da citação do fracasso, ela desce ao calabouço e fustiga o prisoneiro com o chicote, pela primeira vez desde que está na prisão ele fuzila: tudo teria corrido bem se tu não fosse uma vadia, o sangue me ferveu quando eu te vi com aquele médico idiota, entre salvar minha vida e tua honra, escolhi .

- O que ? Ela parecia confusa.

- Lógico, tu achas que eu não sabia de tuas aventuras sexuais com o médico? Posso ser velho, mas não sou burro, muitas vezes fingi estar dormindo e fui espionar-los, fui traído, mas sempre soube de tudo, pode bater o quando tu quiser, porque eu sempre vou te falar com minha boca , com meus olhos ou com o que puder: Vadia!!!!

- Extremamente abalada com as observações, mas exibindo um autocontrole muito grande, ela o leva para a cadeira do dragão e o coloca nas engrenagens, com uma algema em volta do pescoço, faz com que a corrente da algema afastasse o suficiente para começar um processo de enforcamento.

- Tá doendo? Lembra que a vadia vai te matar, mas não de vez, vou te matar aos poucos, vou te cortar aos pouquinhos, vou machucar, vou ferir, vou torturar, vou dançar em cima do teu corpo, vou fazer tu implorar pela morte, porque afinal não é assim que uma vadia se comporta?

Durante uma hora, fazia sessões de enforcamento de cinco em cinco minutos, após saiu totalmente renovada nas suas energias.

Era o dia do casamento de Fabiana, sentimentos antagônicos se cruzavam no castelo de Gorki.

Enquanto Eric ficava cada mais preocupado com os prazo do pagamento da divida e também com o baixo preço conseguido pela última colheita, além de preocupações com clima e a colheita atual, sua esposa Cristina andava muito bem disposta, como nunca nos últimos noventa dias.

Paulo e Juliana Fornazier Surotsev preocupados com a cerimônia em si, apenas pensavam no futuro de sua primogênita, mas uma correspondência chegada de S. Petrogrado iluminam seus dias: Paulo estava sendo convocado a retomar os seus bens no prazo de três meses, bem como seu antigo empreso no Ministério. Paulo, rapidamente pensou na sua família, mas também nas ameaças de Juliana Marotti se não conseguisse a estatua de Kali, agora teria como se proteger e a sua família na sua terra natal, comunicaria imediatamente a família LaFonte e também marcaria o seu retorno para uma semana depois do casamento.

Fabiana não agüentava mais esperar a data e compartilhava aquele momento especial com Carol, que não parecia muito animada.

- Animo Carol, quem sabe se o teu príncipe aparece ou reaparece?

- Não quero mais pensar nisto agora, outra hora conversamos a respeito.

Capela de Montganac, muitos convidados elegantemente vestidos aguardavam a chegada da noiva. O Bispo Jacques Noir devidamente paramentado para o evento observa a chegada de Fabiana, levada por seu pai até o altar a entrega para Zatorsky.

O Bispo conclui os sacramentos em latim e a partir daquele momento os declara marido e mulher.

Uma grande festa os aguardava no castelo de Montganac preparada por Sarah, salão lotado de belos casais rodopiando embalados pelas valsas vienenses.

Pronto! A partir daquele momento Fabiana estava nas mãos de Zatorsky, Sarah, Juliana Marotti e Mestre Leonardo.

Alla jacta est
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